VISITAS DOS ENSINOS FUNDAMENTAL E MÉDIO

Durante os meses de abril e maio, centenas de estudantes dos ensinos fundamental e médio da cidade de Ponta Grossa e região realizaram visitas monitoradas no Museu de Arqueologia. Recentemente foi instalado um sistema de som, cuja gravação permite um claro acompanhamento de todo roteiro expositivo. Este novo sistema também facilitou a observação da mostra permanente pelos demais visitantes do museu, que anteriormente não eram contemplados com explicações, pois estas eram direcionadas apenas para grupos.


O Colégio Sagrado Coração de Jesus divulgou sua visita ao Museu de Arqueologia na página: http://novoportal.ascj.com.br/ciesc/uni_noticia.php?etp_id=NDC&nnot_id=7935

PROJETO TOTH DE EDUCAÇÃO E CULTURA

O Museu de Arqueologia possui um projeto de Educação Patrimonial denominado Toth. Tal nome é uma homenagem a uma antiga divindade egípcia que ensinou a escrita, as ciências, e a cultura para os antigos egípcios. Seguindo os ideais e tarefas efetuadas pelo mítico Toth, temos aqui como objetivo principal contribuir no aprimoramento da educação e da cultura da cidade de Ponta Grossa e demais regiões dos Campos Gerais.

Dentre demais objetivos destacamos:
- Desenvolver nos alunos a valorização e a necessidade de se conhecer o passado, despertando a consciência para a preservação do patrimônio, a fim de entender o presente;
- Incentivar hábitos de pesquisa;
- Despertar o interesse pela leitura por meio dos diversos objetos expostos;
- Incentivar os alunos a se expressarem pelas atividades artísticas;
- Levar aos alunos dos ensinos médio e fundamental conhecimentos produzido por especialistas, em diversos aspectos da antiga civilização egípcia, tais como: arte, história, arqueologia, religião e vida cotidiana;
- Divulgar pesquisas recentes em Egiptologia, realizadas no Brasil.


Desde a sua abertura em abril de 2001, o museu recebeu milhares de visitantes cumprindo assim, o seu papel de difusor cultural. Notadamente o público é composto por estudantes, mas o museu recebe também muitos turistas que visitam a cidade de Ponta Grossa.

A II Exposição Permanente: Egito Antigo Vida e Imortalidade


Essa pequena mostra é um tributo ao passado de uma grandiosa civilização, que deixou uma notável contribuição cultural para a humanidade. A segunda exposição permanente da Galeria de Egiptologia, do Museu de Arqueologia, apresenta diversos aspectos histórico-culturais, e enfatiza o cotidiano, a sociedade e a religiosidade do povo egípcio.

PRIMEIRA SALA


Nessa sala estão presentes objetos do Período Pré-dinástico (c. 5000 a 3100 a.C.), fase que antecede a descoberta da escrita e mostra o desenvolvimento da agricultura e da pecuária. Na seqüência são mostrados através de diversos artefatos do período histórico (Reinos: Antigo, c. 2575-2134 a.C.; Médio, c. 2040-1640 a.C.; e Novo, c. 1550-1070 a.C.), bem como quadros, o cotidiano do povo egípcio, do camponês ao faraó. Nesse recinto também são enfocados a casa e o seu mobiliário, a partir de objetos de uso diário.


SEGUNDA SALA


Na segunda sala são enfocadas a religião oficial e a religião funerária. Os diversos objetos expostos, datados do Reino Antigo (c. 2575-2134 a.C.) até a Época Greco-Romana (c. 332 a.C. até 395 d.C.), refletem a preocupação dos egípcios com a vida após a morte e a eternidade. São apresentadas múmias e objetos de uso funerário, tais como: estelas, ushabtis, amuletos, ataúdes, vasos canópicos, fragmentos de relevos e pinturas, entre outros. Em uma segunda parte, a religião oficial é mostrada através dos quadros e das diversas estatuetas de divindades expostas. Merecem destaque também, as réplicas de peças descobertas na tumba do faraó Tutankhamon.

SOBRE O ACERVO:

Atualmente o acervo do Museu de Arqueologia reúne mais de 1200 artefatos, majoritariamente são réplicas e fac-símiles, em sua maioria produzidas pelo Prof. Moacir E. Santos e também com contribuições do artista Eduardo Vilela, mas há também inúmeras peças autênticas, tais como as pertencentes a coleção etnográfica brasileira. As réplicas são reproduções de obras de arte espalhadas por diversos museus do exterior, tais como o Museu Egípcio do Cairo, o Museu Britânico de Londres, o Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque, o Museu de Antropologia da Cidade do México, o Museu Larco de Lima, entre muitos outros. A maioria das réplicas foi confeccionada a partir de fotografias, obtidas em livros especializados ou em museus onde se encontram os originais. É um trabalho demorado, que dependendo das proporções da peça, pode levar alguns meses. Para fazer uma réplica são utilizados vários materiais, tais como: argila, borracha de silicone, resina de poliéster, fibra de vidro, gesso, madeira e papelão. Na imagem há uma exemplo do trabalho de confecção de uma estatueta funerária em argila, produzida com base nas fotografias da original.

Esta outra réplica também foi produzida a partir de fotografias. Trata-se de de um relevo da família real de Amarna (o faraó Akhenaton, a rainha Nefertiti e a princesa mais velha) ofertando víveres sob os raios do Deus-sol, Aton. A original é datada de 1350 a.C., e atualmente encontra-se no Museu do Cairo.

Direferentemente das réplicas que são produzidas livremente mas respeitando o modelo, os fac-símiles são reproduções exatas dos objetos originais, pois são moldados a partir dos mesmos. Os fác-símiles pertencentes ao Museu de Arqueologia foram produzidos a partir de artefatos, esqueletos humanos e ossos de animais pré-históricos descobertos em diversos sítios arqueológicos brasileiros, notadamente nos estados da Bahia, Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul.

Para exemplificar como são obtidos os fac-símiles, eis uma de muitas histórias que incluem descobertas arqueológicas e técnicas de arte. Durante os trabalhos de um salvamento arqueológico realizado em 2001, devido a construção de uma obra de engenharia na área do município de Serra do Ramalho, BA, próximo ao rio São Francisco, localizamos um grande cemitério pré-histórico. Os diversos esqueletos encontrados no quintal de uma casa rural foram resgatados, por meio de uma escavação, que levou meses. Mas o que mais chamou a atenção dos pesquisadores presentes foi justamente um esqueleto encontrado numa estrada. Como o mesmo se encontrava ameaçado pelo fluxo de carros e carroças, os restos foram escavados e registrados em detalhe, com fotografias e desenhos.

Posteriormente, com a remoção do enterramento no próprio bloco, o esqueleto foi enviado para um laboratório no Rio de Janeiro, onde foi escavado. Como os ossos encontravam-se fragilizados, optou-se pela consolidação dos mesmos. Deste modo cada um dos fragmentos poderia ser retirado do bloco com segurança. Mas antes da escavação ter sido completada, o tamanho e o estado de conservação do esqueleto suscitou a possibilidade da realização de um fac-símile para uma exposição de Educação Patrimonial que estava programada ao final do projeto que, na época, ainda estava em andamento na Bahia. Tal cópia tornou-se importante, pois substituiria o enterramento original que não poderia ser transportado por muitos municípios. Assim, foi realizado um trabalho de moldagem do bloco e a partir do mesmo uma peça de resina e fibra de vidro. Com o acabamento e a pintura, empregando o sedimento do próprio local, foi obtida uma copia exata do enterramento preservando o original para estudos. O fac-símile produzido em 2002 encontra-se no acervo da empresa que coordenou os trabalhos na Bahia, mas uma segunda cópia foi especialmente produzida para o acervo do museu, em Ponta Grossa. A peça já foi exposta uma vez, durante uma mostra organizada pelo Museu de Arqueologia na sala de exposições temporárias do Museu Egípcio e Rosacruz, em 2004.